As angústias do final de ano.

O final de ano parece despertar uma série de sentimentos na população como um todo, sentimentos que vão desde euforia, tristeza, saudade, ansiedade, angústia, irritabilidade, medo entre diversas outras sensações que essa loucura de fim de ano parece super ativar dentro de cada um

O período de natal e ano novo marca um encerramento, um luto por tudo aquilo que está simbolicamente acabando para o nascimento de um novo ano, com novas expectativas e uma renovação inquietantes das promessas internas. O final de qualquer processo marca sempre um luto e é essa tristeza do luto que parece ser vivenciada por diversas pessoas, é um momento onde lembramos muitas vezes de outros lutos, daquelas pessoas que já faleceram e daquelas que partiram e não fazem mais parte de nosso convívio, nesse momento essas pessoas parecem ser mais lembradas do que em qualquer outro momento do ano.

Há também uma retrospectiva de tudo o que foi vivenciado até aquele período, o que pode trazer certos “perigos” à nossa saúde mental, muitas vezes o ano acaba e aquilo que foi almejado desde o começo não foi alcançado, desencadeado um sentimento forte de frustração, além de toda expectativa e o mix de ansiedade, alegria e angústia que sentimos ao pensar no próximo ciclo que está próximo de iniciar.

Nessa avalanche de sentimentos ainda vivenciamos um momento de ruptura da rotina, os horários ficam incertos, a “loucura” das compras, a necessidade de atender as expectativas, muitas atividades festivas e enfrentamento de encontros desejados e indesejados. Esse esforço para celebrar parece nos trazer silenciosamente algumas questões: Por que não estou tão feliz como deveria? Por que me sinto angustiado?

O final de ano nos traz uma tarefa árdua e difícil, é um momento de revisão, temos que reconstruir muitas vivências passadas de maneira que elas se completem para que nós possamos nos apropriar delas, precisamos recordar, repetir e elaborar para que então possamos passá-las de vivência para experiência e só assim seguir em frente.

Autora: Danielle Vieira – Psicóloga em Bragança Paulista e São Paulo – SP, CRP 06/131376

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