Como o excesso de informação afeta nossa vida?

É verdade que ainda estamos nos adaptando a essa nova forma “hi tech” de viver, mas como será que o excesso de informação afeta nossas vidas?

Poucos anos atrás, as notícias eram veiculadas pelos jornais impressos, revistas e até mesmo pela televisão, porém receber a notícia era uma prática ativa, era necessário comprar o jornal, ligar a televisão e buscar saber o que estava acontecendo no mundo. Hoje a avalanche de notícias nos atinge aonde quer que seja, pela tela do celular em nossas redes sociais, mesmo que você não busque ativamente um site de notícias, ao entrar em uma rede é soterrado por informações de todos os tipos, sejam elas verdadeiras ou falsas, uma vez que no mundo online a barreira entre verdade e mentira parece ter sido rompida, já não se sabe mais em que acreditar, qualquer  pessoa pode gerar uma notícia de acordo com aquilo que lhe convém.

Se há duas décadas só contávamos com alguns canais de televisão, hoje o volume de dados no mundo equivaleria à leitura de 174 jornais por dia por pessoa, aponta estudo da USC Annenberg School for Communication & Journalism.

Navegar na internet muitas vezes pode ser naufragar na internet, mas como será que nosso cérebro está sendo afetado por isso?

  1. Nossos cérebros não gostam de muita informação. Diversas pesquisas mostram que, embora as pessoas gostem de ter escolhas ao tomar uma decisão, se tiverem muitas escolhas elas se sentem menos felizes com sua decisão final e estão menos satisfeitas com o próprio processo de tomada de decisão.
  2. Um estudo do consumidor mostrou isso dramaticamente. Quando os clientes dos supermercados receberam amostras de 6 tipos diferentes de geleia, 30% deles compraram um pote de geleia. Mas quando foram oferecidas 24 opções diferentes, apenas 3% acabaram comprando uma geleia.
  3. Nossa memória de trabalho é limitada. Mesmo que possamos armazenar quantidades virtualmente ilimitadas em nossa memória de longo prazo, só podemos de fato reter uma pequena quantidade de informações. É por isso que ao digitar um novo número de telefone temos que salvá-lo ou anotá-lo. Caso contrário, desaparecerá em questão de segundos. Nós simplesmente não podemos conciliar dezenas de ideias ao mesmo tempo.
  4. Aprendemos melhor com a prática espaçada do que com a prática em massa. Nós temos um desempenho melhor se aprendermos algo em pedaços com intervalos entre eles do que se trabalharmos sem intervalos por horas. Nossos cérebros precisam de algum tempo para consolidar a informação que vem antes de podermos usá-la efetivamente, por isso também o sono é um fator essencial para fixar a informação, de nada adianta estudar muito sobre um assunto se você não está dormindo o tempo que necessita para processar e fixar toda essa informação.

Quais os impactos de tudo isso em nossa saúde mental?

Se você é o tipo de pessoa que acorda e tem a necessidade de saber o que está acontecendo, seja por meio das redes sociais, canal de notícias, lendo livros, jornais e não consegue mais parar o dia todo de entrar em contato com conteúdos e mídias digitais mas ainda assim sente uma certa necessidade de estar por dentro de todos os assuntos a todo momento, você pode estar sofrendo com a Síndrome da Fadiga por Informação.

Esse excesso pode resultar ao individuo em uma paralisação em sua vida, uma estafa física e mental, uma dificuldade na tomada de decisões e uma redução na capacidade analítica, além de aumentar muito a ansiedade, angústia e muitas vezes trazer sentimentos de desistência e medo.

Ao ativar nosso cérebro diariamente com muita informação podemos também ter nosso sono afetado, uma vez que há muito para ser processado e que durante nosso pré-sono, diversos conteúdos podem ficar sendo repetidos em nossa cabeça até conseguirmos desligar completamente e finalmente dormir.

Como lidar com tantas informações?

Se você sente que isso está afetando sua vida de maneira negativa e que não está sabendo lidar com tantas informações, talvez você precise iniciar uma “dieta de informações”, passar a consumir em menor quantidade, limitando suas porções diárias de acesso a lugares que tragam esses conteúdos e aumentar a qualidade daquilo que você consome no mundo digital. Assim terá mais tempo para se dedicar a sua vida real sem se preocupar tanto em adquirir mais do que você consegue administrar. Além disso é importante encontrar um dia na semana para ficar offline, fazer contato com a natureza, tocar instrumentos musicais, praticar esportes e encontrar outras fontes de prazer fora do mundo virtual.

 

Essa matéria tem caráter informativo, se você se identificou com algum sintoma procura ajuda profissional de um psicólogo.

Autora: Danielle Vieira – Psicóloga em Bragança Paulista e São Paulo e fundadora do IIPB, CRP 06/131376.

Fonte do Estudo: https://annenberg.usc.edu/news/published/phd-student-calculates-how-much-information-world

Rolar para cima
Olá, precisa de ajuda?